Um dos candidatos brasileiros a santo pela Igreja Católica é o menino Nelsinho Santana, que morreu aos 9 anos, em 1964, em Araraquara, no interior de São Paulo. O processo está na fase diocesana e os restos mortais, sepultados no Cemitério São Bento, de Araraquara, serão trasladados para uma urna, dentro da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus, em Ibitinga, cidade onde o garoto nasceu. Nem a família do menino sabia dos supostos milagres atribuídos a ele. O garoto teve de amputar o braço esquerdo e morreu após 18 meses de martírio, com fortes dores, mas sempre pedindo a Jesus que ajudasse as crianças. Uma cópia da certidão de óbito e orações a Deus seriam o caminho para os milagres atribuídos ao candidato a santo.
A vice-postuladora do processo, iniciado em 2009, Ana Lúcia Frigioni, diz que estão sendo ouvidas as testemunhas sobre a vida e virtudes do garoto. Ela acredita que o processo será terminado até o início de 2012. O traslado dos restos mortais ocorrerá até lá, mas sem data definida. Geralmente, esse procedimento é feito sobre sigilo para evitar transtornos. O túmulo de Nelsinho, agora um “servo de Deus”, é venerado por devotos em Araraquara. O padre Gerhard Rudolfo Anderer, de 75 anos, que conviveu com o garoto, é uma testemunha qualificada e já publicou um livro (“Nelsinho Para Todos”, pela Editora Santuário) que é distribuído gratuitamente pela igreja.
Filho de trabalhadores rurais, Nelsinho era o terceiro dos oito filhos do casal João Joaquim e Ocrécia (a única parente direta já falecida). O menino caiu na fazenda onde os pais viviam e ele teve dores insuportáveis, que o levaram a duas internações antes de morrer. Ele encarou tudo com humildade e avisou ao padre que Jesus o havia chamado. Nelsinho queria passar o Natal no céu. Ele morreu na véspera e foi sepultado no dia de Natal como indigente, pois a família não tinha dinheiro para bancar o funeral. Depois, sua sepultura perpétua foi doada por uma família religiosa.